Resolução do Banco Central da República Argentina sobre acesso ao Mercado Único de Câmbio pode inviabilizar exportações brasileiras ao país
O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, esteve na manhã de hoje, dia 7, em reunião com o presidente da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais e da Frente Parlamentar de Apoio ao Setor Coureiro-Calçadista da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Issur Koch, e com o cônsul-geral da Argentina no Rio Grande do Sul, Jorge Perren. Na oportunidade, o executivo da Abicalçados apresentou preocupação com as novas medidas impostas pelo país vizinho às exportações brasileiras. O encontro aconteceu na sede do Consulado Argentino, em Porto Alegre/RS.
Na ocasião, o executivo ressaltou os problemas que podem ser gerados a partir da resolução do Banco Central da República Argentina (BCRA) publicada no último dia 27 de junho alterando as condições de acesso ao Mercado único de Câmbio para pagamento de importações. Conforme a medida, até 30 de setembro de 2022, os pagamentos das mercadorias só serão liberados após 180 dias. “Na prática, o fato pode até mesmo inviabilizar as operações de exportações para o mercado. Empresas, especialmente as de menor porte, não podem aguardar seis meses para receber”, diz.
Segundo Ferreira, a medida pegou o setor calçadista de surpresa, em um momento de recuperação, já que entre janeiro e maio as exportações de calçados somaram 64,24 milhões de pares, que geraram US$ 538,72 milhões, elevações de 30,3% em volume e de 66,5% em receita na relação com igual período do ano passado. A Argentina é o segundo maior mercado internacional para o produto verde-amarelo, tendo importado, no mesmo período, 6,82 milhões de pares, que geraram US$ 74,62 milhões, incrementos de 64% e 93,7%, respectivamente, ante igual intervalo de 2021. “Ao mesmo tempo, o Brasil é o principal fornecedor de calçados para a Argentina. Nos cinco primeiros meses do ano, cerca de 50% das importações argentinas de calçados, em pares, foram originárias do Brasil, o equivalente a 12% do consumo local”, frisa Ferreira.
O cônsul argentino recebeu a demanda e comprometeu-se a encaminhá-la à Embaixada e ao Ministério da Economia. Ao mesmo tempo, a Abicalçados e a Comissão do Mercosul irão contatar com a Secretaria Extraordinária de Relações Federativas e Internacionais (Serfi) e a Embaixada da Argentina para manifestar a preocupação com a decisão.
Além do dirigente da Abicalçados, participou do encontro o diretor-executivo da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI), Leandro Cezima.
Fonte: Abicalçados