Negócios de todos os segmentos enfrentam mudanças devido ao isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus que assola o mundo. Muitos negócios que operavam essencialmente em pontos de venda físicos encontraram no WhatsApp uma maneira de recuperar as perdas. No segmento de moda, grandes varejistas migraram recentemente para o aplicativo como forma de manter o atendimento ao consumidor durante a quarentena. Alguns pequenos e médios empresários, porém, já adotavam o WhatsApp e as redes sociais como principal meio de negócio e, assim, garantiram o faturamento, mesmo em meio ao período de baixa.
Elis Iafélix, dona do brechó online Com Eira e Beira, já baseava seu modelo de vendas no WhatsApp, com anúncios nas redes sociais. A empreendedora enfrentou baixa nas vendas nas primeiras semanas de isolamento: foram 60% menos pedidos finalizados num período de 15 dias. Agora, as vendas já se estabilizaram e estão próximas ao índice normal da loja. Mais do que isso, Elis notou um aumento no tíquete médio dos clientes. “Geralmente, cada pedido que fecho gira em torno dos R$ 90 ou R$ 100. Tive clientes neste último mês que compraram acima de R$ 300, o que representa uma grande quantidade de produtos”, comenta a empresária. Além disso, ela notou uma mudança significativa no perfil dos clientes. “Em quinze dias do mês de abril, 90% dos pedidos foram feitos por novos clientes. Direciono meus anúncios nas redes sociais, mas geralmente esse número fica em torno dos 50%”, conta.
Para Elis, esse é o modelo de negócios ideal. “Eu nunca quis uma loja física. Sempre acreditei que o melhor jeito de vender é pela internet. Quando o mundo inteiro estiver online, eu já terei garantido meu espaço”, prevê.
Também no segmento de moda e operando nativamente pelo WhatsApp, a Upperbag fornece uma consultoria de estilo em domicílio. O serviço, que consiste no envio de “bags” com roupas selecionadas de acordo com o estilo de cada cliente, baseia todo o contato pré e pós-venda no WhatsApp. “Nunca falamos com um cliente que não tivesse WhatsApp”, comenta Alexandre Abrahão, CEO e fundador da Upperbag. “É um meio popular e muito fácil de manter uma conversa constante com o cliente. Desde o primeiro contato até o fechamento do pedido, o acompanhamento, até a devolução da bag e o pagamento das peças escolhidas, fazemos tudo pelo aplicativo”, conta.
Pelo modelo de negócio da Upperbag já ser baseado em vendas online, a loja conseguiu manter um fluxo estável de clientes, com 60% de novos atendimentos e 40% das compras vindo de reativações. “Notamos, apenas, uma mudança na logística: como as pessoas estão em casa, todo o processo de compra é realizado muito mais rápido. Além disso, a concorrência aumentou”, relata o empresário.
O Presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em São Paulo, SEBRAE-SP, Tirso Meirelles reforça a importância de utilizar a tecnologia a favor dos pequenos negócios neste momento. “Todas as possibilidades de relacionamento, de oferta e de comercialização devem ser analisadas. No Sebrae-SP, estamos fazendo transmissões ao vivo diárias pelo Facebook, levando orientação e capacitação aos empreendedores. Essas práticas representam novas maneiras de se trabalhar e com certeza terão continuidade após a crise. Porque o mundo não será como antes e as práticas que se mostraram eficientes tendem a permanecer”.
As lives do Sebrae-SP estão disponíveis no site www.sebrae.com.br e no Instagram @sebrae.