Desde o início da pandemia no país, a Abvtex (Associação Brasileira de Varejo Têxtil), entidade que reúne mais de 100 das principais marcas do varejo de moda brasileiro, tem concentrado esforços em identificar as demandas junto à cadeia produtiva de seus associados, participantes do Programa Abvtex, com o objetivo de levar ao Governo propostas que visam à redução dos impactos econômicos e sociais neste setor.
Considerado o maior esforço setorial da moda no Brasil em prol da responsabilidade social, do compliance e da promoção do trabalho digno, o Programa Abvtex atualmente soma 3.766 empresas fornecedoras e suas subcontratadas aprovadas, beneficiando diretamente mais de 334 mil trabalhadores formais com seus direitos garantidos.
Para entender melhor a realidade destes fornecedores e seus subcontratados e endereçar as questões junto ao Governo, a ABVTEX tem realizado pesquisas periódicas. Entre as constatações da pesquisa realizada com estas empresas encerrada final de junho, destacam-se as dificuldades que as micro e pequenas empresas – que representam 97% desta cadeia produtiva – enfrentam para ter acesso ao crédito. Apenas 5% afirmam que estão utilizando a linha de crédito do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Dos 95% que não tiveram acesso a esta linha de crédito:
- 31% alegam que o perfil da empresa não pode utilizar o Pronampe (Coluna 1);
- 27% afirmam não conhecer o Pronampe (Coluna 2);
- 11% dizem que o banco em que houve a procura por esta linha de crédito do Pronampe desconhece este produto (Coluna 3);
- 11% apontam que não têm interesse (Coluna 4);
- 8% estão aguardando a análise do banco (Coluna 5);
- 7% receberam a informação de que o banco em que houve a procura não está habilitado para esta linha de crédito (Coluna 6);
- 5% alegam que o banco em que houve a procura pela linha de crédito do Pronampe ofereceu outro produto (Coluna 7).
Ciente da importância do acesso ao crédito pela cadeia produtiva neste momento crítico da pandemia, a Abvtex tem se reunido com representantes do Governo Federal para levar propostas. Uma delas foi relativa à disponibilização de linhas de crédito do BNDES, na modalidade de âncoras, para capital de giro para micro e pequenas empresas fornecedoras por meio dos varejistas. “Temos acompanhado de perto a situação destas empresas e levamos ao Governo a questão do crédito”, diz Edmundo Lima, diretor executivo da Abvtex.
Quando questionados de como estão sendo os impactos financeiros da pandemia na empresa, 57% dos fornecedores apontam que os impactos são maiores do que os previamente estimados; 24% alegam que ainda não sabem, pois os impactos são incertos; sendo 13% os que perceberam os impactos iguais ao que era estimado; e somente 6% notaram impactos menores do que era esperado.