Novo presidente da associação, Alexandre Pedro Schenkel, é apresentado e assume a direção no biênio 2023/2024
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) encerra o Biênio 2021/22 com importantes conquistas. Entre as frentes de atuação e de investimento, a entidade trabalhou na execução do projeto-piloto para a certificação oficial do algodão brasileiro, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), conquista que agregará ainda mais valor à fibra nacional. Ampliou o programa SouABR, que entrega rastreabilidade, da semente até o guarda-roupa, e implantou o projeto-piloto do ABR-Log, que está em processo de testagem do protocolo social, ambiental e de boas práticas, a serem seguidas pelos terminais retroportuários, garantindo a certificação socioambiental de mais um elo da cadeia produtiva da pluma. O ABR-Log tem o objetivo de melhorar a qualidade das operações para que o algodão chegue ao destino sem avarias, danos físicos e sujo. O projeto é desenvolvido em parceria com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea).
Para o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, esses resultados foram possíveis devido à ação conjunta de diferentes atores que, em cada ponto da cadeia, deram sua parcela de contribuição e ajudaram a manter em nível elevado a execução dos programas geridos pela Abrapa, que têm como pilares a produção socioambiental, a qualidade, a rastreabilidade e a promoção do algodão brasileiro.
Ações estratégicas importantes e que impulsionaram a pluma nos mercados doméstico e internacional, foram o movimento Sou de Algodão e a iniciativa Cotton Brazil, respectivamente. Em seis anos de existência, o Sou de Algodão reuniu mais de 1.100 marcas parceiras representando toda cadeia produtiva e fortalecendo a divulgação da fibra junto ao consumidor. O Cotton Brazil, por sua vez, foi construído para promover o algodão brasileiro no mercado externo. Por meio dele, o setor ampliou o networking e, assim, aumentou as ações de relacionamento e negócios com clientes, sobretudo na Ásia, onde a Abrapa mantém escritório comercial.
Alexandre Pedro Schenkel, que será presidente da Associação no biênio 2023/2024, acredita que houve uma grande evolução com relação à produção e, por isso, há a necessidade de mostrar que a fibra possibilita um consumo consciente. “Precisamos, cada vez mais, falar com o público para apresentar o algodão na sua forma mais versátil e democrática. Essa matéria-prima, que é nacional, pode proporcionar muito conforto e responsabilidade, uma vez que possui certificação socioambiental”, diz Schenkel.
O Brasil é o segundo maior exportador de algodão do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os cotonicultores venderam para o mercado externo 1,68 milhão de toneladas no acumulado do ano comercial 2021/22, totalizando uma receita de 3,208 bilhões de dólares. A China foi o principal destino das exportações brasileiras (455 mil toneladas) e representou 27% das vendas. Na sequência do ranking de maiores importadores do algodão brasileiro estão Vietnã (275 mil toneladas), Turquia (227) e Bangladesh (206). Indonésia ocupa a sexta posição, com 155 mil toneladas importadas.
“Se quisermos alcançar o primeiro lugar em exportações, além de estreitar a parceria com as associadas e os produtores de algodão, temos de conquistar mercados e continuar a produzir uma fibra com responsabilidade social, ambiental e econômica. É um trabalho permanente”, ressaltou Busato.
PROJEÇÕES PARA A SAFRA BRASILEIRA 2022/23
De acordo com o Relatório de Safra da Abrapa, de novembro, a área plantada de algodão deverá subir 1,3%, em relação à safra 21/22, totalizando 1,658 milhão de hectare. A produção é projetada em 2,95 milhões de toneladas, uma variação de 18% ante a safra 2021/22. Até o final de novembro, além de São Paulo, os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia haviam iniciado o plantio da fibra. As áreas de primeira safra começaram a semear em novembro, e as de segunda safra, em janeiro de 2023.
NOVO PRESIDENTE PARA O BIÊNIO 2023/24
Durante almoço com a imprensa, a Abrapa apresentou o novo presidente da entidade para o biênio 2023/24: Alexandre Pedro Schenkel.
Nascido em Tapera, no Rio Grande do Sul, em 1977, Schenkel mudou-se para o estado de Mato Grosso em 1989, onde cursou Agronomia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e seguiu na atividade agrícola, produzindo algodão e grãos.
Casado com Geni Caline Dionísio da Costa Schenkel, com quem tem dois filhos, Ana Rosa e Pedro, engajou-se às entidades associativas do agro assim que passou a trabalhar nas lavouras, em especial, as de soja e de algodão.
Foi presidente da Cooperativa dos Produtores de Campo Verde (Cooperverde), diretor-administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), presidente da Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa), do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) e do Instituto Pensar Agropecuária (IPA). Atualmente, preside a Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio (Comdeagro) e, a partir de janeiro de 2023, assume a presidência da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).