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CÂNHAMO: UMA FIBRA “DE FIBRA”

Aposta para o futuro, especialmente pelos bônus de sustentabilidade, cânhamo industrial tem potencial econômico gigantesco no Brasil, mas ainda muito tabu envolvendo seu uso

Cada dia mais, o mundo busca alternativas de fontes sustentáveis que não agridam (mais) o meio ambiente e poupe seus recursos naturais. Nessa corrida, uma planta milenar acabou reascendendo como uma grande promessa: o cânhamo.

Há mais de 10 mil anos ele estava presente no cotidiano da humanidade sob as mais diversas formas: em uso medicinal, religioso, têxtil, naval, papel, óleo, entre outros, sendo bastante popular por sua versatilidade, resistência e facilidade de cultivo.

Existem indícios de que em tempos remotos no Oriente Médio, mais especificamente no Egito, as fibras de cânhamo eram usadas para quebrar pedras grandes. Isso mesmo. Um tecido rústico feito com a fibra era espremido entre as fendas dessas rochas e coberto por água. À medida que o tecido se expandia, a fenda da rocha também, fazendo com que trincasse e quebrasse.

Caule do cânhamo, de onde é extraída a fibra para uso industrial.

Na Grécia Antiga, os gregos utilizavam para fazer cordas para embarcações, que séculos depois, começaram a ser introduzidas na Grã-Bretanha por meio dos romanos. Henrique VIII gostou tanto que ordenou aos agricultores de seu território plantar cânhamo em grandes quantidades, a fim de abastecer a frota naval.

A fibra também foi destaque na Península Ibérica no início do século XII, em que os primeiros moinhos para sua fiação foram construídos por muçulmanos na província de Alicante, costa leste da Espanha. Já a China foi a primeira a fazer uso medicinal do cânhamo, e a relação que começou há milênios continua forte, sendo hoje o país número um no mundo em cultivo e uso de fibra de cânhamo industrial.

No Brasil, o cânhamo chegou por meio das cordas e velas das grandes navegações, tempos depois da descoberta das Américas por Cristóvão Colombo. Inclusive, a coroa portuguesa incentivava seu cultivo justamente para ter uma alternativa têxtil e na fabricação de cordas navais. Em 1783, a mando do Marquês de Pombal, foi instalada no Rio Grande do Sul as Reais Feitorias do Linho Cânhamo, que sobreviveu até 1824, dando lugar aos imigrantes alemães que chegavam por lá.

Por que, então, o Brasil acabou abolindo uma cultura que era economicamente interessante?

TABU

A falta de uma compreensão correta sobre o cânhamo industrial acabou fazendo com que países como o Brasil o banissem “por tabela”. Na visão de Marcelo de Vita Grecco, sócio-fundador e CMO da The Green Hub (TGH), aceleradora de startups no setor de cannabis para fins industriais e medicinais, esse tabu é relativamente novo, mais arraigado no século XX, como reflexo da política de guerra às drogas implementada nos Estados Unidos em 1930 com a Lei Seca, em que a cannabis de uso recreativo entrou na lista de proibições junto às bebidas alcoólicas. Os mais conservadores a consideravam fonte de certos problemas sociais, mas isso em virtude das propriedades psicotrópicas ligadas ao teor de THC, o que não acontece com o cânhamo de uso industrial.

“Esse movimento perdurou por décadas e teve desdobramentos globais, originando um grande estigma para a planta, o qual vem levando décadas para ser desconstruído, apesar de todas as evidências científicas sobre os benefícios medicinais da cannabis, bem como do extraordinário potencial do cânhamo para a indústria. Obviamente, a quebra desse tabu é dificultada devido à campanha de desinformação empregada de forma deliberada, a partir de ideologias alheias aos pensamentos progressistas e desenvolvimentistas”, relata Grecco.

POTENCIAL ECONÔMICO

O uso do cânhamo industrial é extremamente amplo (mais de 25 mil aplicações industriais), mas vamos fazer aqui o recorte para a agroindústria, que engloba o têxtil, e o qual o potencial econômico também é imenso.

De acordo com a Kaya Mind, primeira empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado voltados à cannabis e ao cânhamo, em 2021 o mercado chinês de cânhamo industrial faturou US$ 1,7 bilhão, e o americano US$ 1,6 bilhão. Segundo projeções da Kaya, se o Brasil já tivesse sua produção regulamentada, poderia movimentar, a partir de seu 4.º ano de legalização, R$ 4,9 bilhões com a venda de insumos dentro do próprio país, arrecadando cerca de R$ 330 milhões em tributos nesse mesmo período. Não é qualquer troquinho. Para Rafael Arcuri, diretor-executivo da Agência Nacional do Cânhamo (ANC), os ganhos nominais para o agronegócio são enormes, na casa dos bilhões de reais ao ano.

“Mas isso é só o início”, destaca. “A relevância da geração de conhecimento, produção de bens de capital, serviços especializados, é algo impossível de estimar. Mas, para mim, o maior ganho econômico seria a verticalização da indústria, permitindo que o país faça todas as pontas – desde a elaboração de genéticas específicas aos nossos solos e climas, passando pelo cultivo e transformação, até as inovações e patentes geradas.”

Na opinião de Vita Grecco, do The Green Hub, nosso país já tem as condições ideais para o cultivo do cânhamo industrial e gerar fibras de qualidade a custo competitivo. “Configuraria um ambiente muito favorável para oxigenar a indústria têxtil nacional, abrindo caminho para inovação e aquecimento de novos negócios voltados aos mercados interno e externo”, destaca.

ENTRAVES JURÍDICOS

O Brasil poderia nadar de braçada nesse filão de mercado, dominando a produção e o beneficiamento do cânhamo industrial na América Latina e ser um dos principais do mundo, não fossem os entendimentos que acabam por prender a espécie num ciclo de interpretações errôneas e ultrapassadas de órgãos legislativos e sanitários.

De acordo com Arcuri, hoje, a fibra crua do cânhamo industrial está num limbo regulatório aqui no Brasil. Ele explica que a Portaria n.o 344/98 da Anvisa proíbe o plantio de qualquer espécie de cannabis sativa L, de onde vem o cânhamo, mas, apesar de não proibir expressamente a entrada da fibra vinda de outros países, há relatos de importações embargadas.

“Esse cenário não faz o menor sentido, visto que estamos falando de uma planta que possui presença extremamente reduzida do tetrahidrocanabinol (THC), elemento responsável pelo efeito psicoativo da cannabis. Ou seja, embora esteja comprovada cientificamente a impossibilidade de qualquer efeito psicoativo a partir do cânhamo, temos uma condição de ilegalidade que impede o cultivo da planta. Isso impacta diretamente na competitividade dos preços dos produtos para as indústrias, incluindo a têxtil”, comenta o CMO do The Green Hub.

Os esforços agora estão na aprovação no PL 399/2015, que propõe a regulamentação do uso medicinal da cannabis e industrial do cânhamo, mas está parado para análise e votação no Senado. Para Arcuri, da ANC, projetos focados na legalização exclusiva do cânhamo industrial poderiam ter uma facilidade maior na aprovação pelos órgãos federais, justamente por não causar efeitos psicotrópicos devido ao seu baixo teor de THC. Porém, a Anvisa já se manifestou sobre não ter competência para regular tecidos de cânhamo.

Perguntado sobre o posicionamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) diante desse embróglio, Fernando Pimentel argumenta: “esta é uma questão polêmica, porque o cânhamo não pode ser plantado aqui no Brasil, mas somos defensores do uso industrial da fibra, que é sustentável e deve ser mais explorada no sentido da agenda ESG e de matérias-primas renováveis. Respeitadas as leis do país, entendemos que é algo que vai evoluir, e é importante que evolua, pois é mais uma matéria-prima natural e sustentável à nossa indústria.”

ENTENDENDO A “FIBRA DO FUTURO”

Eduarda Bastian, mestra em Têxtil e Moda pela ArtEZ University of the Arts, na Holanda, mergulhou fundo no universo da fibra de cânhamo. Ela conta que, quando esteve na Europa, passou um tempo na Romênia pesquisando sobre o papel cultural da fibra de cânhamo naquele país, onde persiste há séculos. De volta à Holanda, começou a trabalhar num projeto do BlueCity Lab, que tinha como objetivo movimentar a indústria de fibras de cânhamo no país por meio da economia circular. Agora no Brasil, além de atuar em cursos e pesquisas em fibras naturais, Eduarda é presidente do Comitê Têxtil da ANC, e diz que não há limitações para o cânhamo industrial.

Eduarda Bastian, mestra em Têxtil e Moda e presidente do Comitê Têxtil da ANC. / Divulgacão

“As fibras de cânhamo ganham do linho e do algodão no quesito ambiental por três motivos: o primeiro se dá à capacidade de a planta fitorremediar e regenerar o solo e sequestrar maior quantidade de carbono, além de não necessitar de agrotóxicos para o cultivo e precisar de pouca água quando comparada ao algodão, por exemplo. O segundo motivo de destaque é devido ao potencial multiuso da planta – todas as partes podem ser usadas para diferentes aplicações. A terceira é em relação ao rendimento – o cânhamo tem um rendimento maior de fibras em relação a outras fibras vegetais. Nos quesitos resistência e qualidade, é semelhante ao linho, mas, ainda assim, maior que todas as outras fibras vegetais”, destaca.

Um relatório publicado recentemente pela Kaya Mind sobre os impactos ambientais, sociais e econômicos do cânhamo aqui no Brasil revela que a fibra desta planta é três vezes mais resistente à tração do que a do algodão, além de possuir um ciclo mais curto entre plantio e colheita, podendo variar entre 110 e 120 dias, rendendo três safras ao ano. Para Rafael Arcuri, da ANC, dento de todos os atributos do cânhamo industrial, talvez o que mais chame a atenção é sua utilidade na luta contra a mudança climática, sendo rentável e bom para o planeta.

Segundo Eduarda, assim como todas as outras fibras vegetais, as de cânhamo podem passar normalmente por processos de beneficiamento, amaciamento, acabamento, tingimento e aplicação de nanotecnologias.

“É importante lembrar que esses processos todos aumentam as emissões de carbono, efluentes e uso de energia, causando impactos no meio ambiente. Por isso, é importante valorizar processos limpos e aceitar a fibra como ela é, ao invés de tentar fazer dela uma substituta ao algodão”, frisa.

Ela ainda explica que o processo de cotonização do cânhamo envolve uma série de beneficiamentos (mecânicos, químicos ou biológicos, ou os três juntos) que tem como objetivo deixar a fibra mais limpa e macia, para que ela possa ser mais versátil e misturada com algodão. “Porém, além dos impactos ambientais, esse processo acaba deixando a fibra muito mais curta e, consequentemente, menos resistente e durável.”

“Olhando para o futuro, a fibra do cânhamo desponta por suas características singulares, e essa história tem tudo para ir muito além. Começa por sua natureza, que demanda menos insumos e água em seu cultivo, com maior produtividade por espaço de terra cultivado. A fibra da planta é uma das mais fortes do mundo, permite um processo de branqueamento mais ecológico, sem uso de cloro, e tem melhor retenção das cores no tingimento. Adicionalmente, possui alta resistência a abrasão, mofo e bolor e bloqueia bem os raios ultravioleta. Dessa forma, as fibras externas do talo do cânhamo podem ser usadas para produzir quase tudo, incluindo roupas, cordas e tapetes. Elas combinam bem com algodão, seda, raiom, linho e lã, entre outras fibras. Esse conjunto de aspectos, aliado à crescente popularidade a partir dos marcos legais estabelecidos em diversos países, faz com que empresas de moda e vestuário oxigenem suas coleções com peças de cânhamo, incluindo marcas como Levi’s, Patagonia, Reserva, Osklen, Ginger e QueenCo, além da Nike e Adidas, com modelos de tênis”, complementa Grecco.

HEMP REVOLUTION

Cientes de todas as qualidades da fibra de cânhamo industrial, algumas têxteis aqui no Brasil resolveram abraçar a causa, de olho no mercado e também na sustentabilidade. Uma delas é a Vicunha, que há anos está com o hemp no radar de seu núcleo de pesquisas e desenvolvimento de produtos.

Renata Guarniero, gerente de marketing da Vicunha, conta que o sinal verde para a inserção do cânhamo em seu portfólio foi dado pela equipe de cool hunters da empresa, que atenta aos movimentos globais de comportamento e consumo, viu o aumento constante na utilização dessa fibra.

“Nossa primeira linha feita a partir da mistura da fibra de cânhamo com a de algodão foi a Hemp, lançada no final de 2021 e composta de quatro produtos: Hemp e Hemp Light, no denim, e Itacaré e Maragogi, na sarja, e são parte da divisão V.Eco. Quando somamos as características das duas fibras, conseguimos entregar um tecido que atende ainda mais às necessidades do mercado, já que essa união resulta num produto de visual único, com a aparência do jeans original e a rusticidade do cânhamo”, conta Renata, que não descarta a possibilidade de, no futuro, a Vicunha lançar outros artigos com maior porcentagem de fibra de cânhamo em sua composição.

“Os clientes estão adorando os novos produtos Hemp, já estamos recebendo diversos feedbacks positivos por meio de nossa equipe de vendas. Esses retornos, inclusive, nos mostram que o que estamos entregando está diretamente conectado aos anseios dos consumidores finais e, portanto, com as tendências de consumo”, reforça.

No mesmo período que a Vicunha, a Capricórnio Têxtil também lançou no mercado brasileiro os artigos Timbó e Cajá, ambos da linha ECO Denim, mesclando algodão BCI, orgânico e cânhamo, em gramaturas mais leves (7 Oz e 6 Oz, respectivamente).

João Bordignon, diretor de marketing e novos negócios da Capricórnio Têxtil, revela que a escolha em embarcar a fibra no mix de produtos da empresa se deu pelo forte retorno que ela vem tendo na comunidade denim, devido à sua natureza ecológica e ao alto potencial como cultura regenerativa, e tem interesse em ampliar seu uso. Segundo ele, os clientes têm mostrado muita curiosidade em conhecer os novos artigos, mas algumas marcas ainda não se sentem à vontade para testar em seus produtos.

“Acredito que ainda existe uma barreira a ser vencida, pois há muita confusão entre fibra de cânhamo e maconha, mas tentamos comunicar com a máxima clareza para melhor compreensão do nosso público, explicando que não há diferença entre as espécies da planta, o que muda é a concentração de THC”, comenta.

Na parte de malhas, a Dalila Têxtil e a Brand Têxtil compraram a ideia há cerca de três anos. Na Brand, foram dois os motivos que levaram a trabalhar com o cânhamo: a solicitação de um grande cliente para desenvolver uma base exclusiva com a fibra e, de acordo com Bruna Vianna, que cuida do planejamento de estilo da tecelagem, o interesse em criar um produto com um item altamente sustentável e difícil de encontrar.

Malhas com fibra de cânhamo, da Dalila Têxtil. / Divulgação

Na Dalila, desde que foi introduzida na produção, a fibra de cânhamo é utilizada sempre numa base lisa e outra listrada, misturada a algodão virgem, tendo a demanda mais direcionada a marcas com um forte posicionamento de branding e sustentabilidade, além de um lifestyle mais alternativo e jovial, como a Reserva, que faz diversos desenvolvimentos com a tecelagem.

“A fibra de cânhamo é considerada por muitos como a fibra do futuro, e nós sempre fomos uma empresa que busca inovações, principalmente para a nossa linha sustentável, a Renova”, afirma André Klein, CEO da Dalila Têxtil.

CÂNHAMO NÃO É MACONHA

O cânhamo industrial é um tipo de cannabis sativa L com baixo teor de THC (tetrahidrocanabinol) e alto teor de CDB (canabidiol). Isso faz com que ele não tenha efeitos psicotrópicos (com uma concentração de THC menor que 0,3%), mas, sim, milhares de aplicações em diferentes indústrias, como a farmacêutica, de alimentos, bebidas, automotiva, bioplásticos, construção civil e a têxtil. Portanto, “fumar sua roupa” feita de cânhamo não vai dar barato, só resultará numa peça queimada.  

PODCAST V.TALKS

O novo podcast lançado pela Vicunha traz assuntos ligados ao segmento denim e jeanswear. Em um dos episódios, o destaque foi a fibra de cânhamo, com um conteúdo interessantíssimo, vale conferir! Está disponível em diversas plataformas de áudio, como Deezer, Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Music, da Amazon, e para acessar é superfácil: só ir até o site www.vicunha.com ou no link da bio @vicunhabrasil no Instagram.

RELATÓRIO CÂNHAMO NO BRASIL

Para baixar gratuitamente o relatório Cânhamo no Brasil – os possíveis impactos econômicos e sociais de um insumo sustentável em um país com grande capacidade agrícola, produzido pela Kaya Mind, é só acessar: https://bit.ly/3k8bHUR .

DENIM E CÂNHAMO: TERRENO FÉRTIL PARA EXPERIMENTAÇÕES

A indústria do denim foi uma das que mais absorveram a ideia de trabalhar a fibra de cânhamo em suas composições e fazer disso um parque de experimentações. A Levi’s® é uma das pioneiras no uso do hemp em suas peças, e já lançou uma coleção cápsula com a marca do surfista Kelly Slater. Chamada Levi’s® Wellthread x Outerknown, foi 100% projetada para ser reciclada e feita com um cânhamo cotonizado total índigo blue, numa porcentagem de 55% da fibra junto ao algodão, a maior do mercado, até o momento.

Em 2021, a Lenzing, por meio de sua marca Tencel®, uniu-se à Endrime, Jeanologia, Naveena e Officina +39 no projeto Bast Recast, envolvendo design e tecnologia têxtil. O resultado foi uma coleção inspirada nos anos 1800, com peças no estilo alfaiataria, costurada com apenas uma agulha, sem overloque, e o denim misturado ao Lyocell e ao cânhamo.

Sadia Rafique, diretora de arte da Endrime, criou a marca da coleção, que foi impressa em papel jeans de cânhamo reciclado da Warp-Face. Com o papel jeans reciclado, o gráfico aparece nas etiquetas de tecido da peça. Em vez de um remendo de couro, a marca é impressa em lona de cânhamo.

A Bossa Denim, da Turquia, conseguiu fazer uma composição de algodão, cânhamo e fibra de soja, e a Kontoor Brands, dona da Wrangler e da Lee, também fez recentemente um investimento na fibra, expandindo sua colaboração com a Panda Biotech, com sede em Dallas, uma das líderes em fibra de cânhamo industrial. A parceria trará rastreabilidade e escala para o cânhamo algodão de grau têxtil cultivado e processado nos Estados Unidos.

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