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FORTES, MAIS DO QUE NUNCA

Com operação mundialmente consolidada, Gerber e Lectra unem expertises para impulsionar o sucesso de seus clientes

Depois da notícia que fez um barulho enorme no mercado em 2021, a aquisição da Gerber Technology pelo Lectra Group, muitos encontros, trabalho e integração. Concluído em 1.º de maio deste ano, o aquirimento colocou para trabalhar, lado a lado, as antes concorrentes diretas, ou melhor, uniu Gerber e Lectra com suas expertises para impulsionar o sucesso de seus clientes. Na função de presidente para as Américas do Lectra Group, Leonard Marano esteve em visita ao Brasil e conversou com exclusividade com a Costura Perfeita, falando desta nova fase e o que se espera daqui para a frente. Confira na entrevista a seguir.

Costura Perfeita: Antes concorrentes de longa data, como foi esse processo de integração entre as operações da Gerber e Lectra internamente? O que mudou e o que permanece?

Leonard Marano: A aquisição foi feita em junho de 2021. Olhamos para os times sobre o que era importante para essa integração, as perspectivas para ambas as organizações, suas lideranças e o efeito dessa mudança nas regiões de atuação. A primeira coisa que fizemos foi estabelecer um novo time de lideranças – Adriana Papavero continuará sendo a líder no Brasil e na América do Sul. Uma vez estabelecido esse novo time, queríamos ter certeza de que a integração fosse perfeita e os clientes entendessem o valor dela, pois nosso foco é que eles alcancem o sucesso.

Então, alinhamos as estratégias de organização para que nossos clientes alcançassem seus objetivos, unimos as melhores práticas das duas companhias, tendo a certeza de que o cruzamento de pessoal treinado – no último ano, em especial, dobrou a cobertura da Lectra e da Gerber nas Américas. Outras coisas que fizemos foi identificar áreas de investimento dentro das regiões de atuação para ajudar nossos clientes e melhorar nossos estoques, para que pudéssemos levar as peças a eles mais rapidamente. Considerando tudo o que vem acontecendo no mundo e na cadeia de suprimentos, isso é muito importante e esse foi um dos nossos focos. Ao longo de 2021, não mudamos nada no portfólio, pois isso impactaria nossos clientes, que precisam de um trabalho contínuo e sem falhas neste momento.

CP: Para os clientes, quais são as mudanças e as vantagens a partir de agora? E na América Latina e no Brasil, especialmente, como vai funcionar essa operação?

LM: Antes da aquisição da Gerber pelo Lectra Group, oficializada em 1.º de maio deste ano, a Gerber tinha aqui no Brasil parceiros de longa data e construímos essa ótima relação de vendas diretas. Dadas a amplitude e a profundidade da organização aqui com o tremendo conhecimento da indústria e da base de clientes, sentimos que fazia sentido ter uma presença direta exclusivamente no Brasil, então estamos atendendo diretamente a todos os nossos clientes no país independentemente das bases de instalação Gerber e Lectra. Como dito antes, pensamos em tudo voltado ao sucesso dos clientes, que agora terão cobertura superampliada nas áreas de atendimento técnico, suporte e reposição de peças.

CP: As marcas continuarão com desenvolvimentos de produtos e soluções diferentes uma da outra, com equipes próprias, em locais separados, como já acontecia antes (França e Estados Unidos)? E, no caso, vocês pretendem também integrar soluções Lectra/Gerber?

LM: Ambas as empresas – Gerber e Lectra – têm um caminho construído em inovações, é só olhar para a amplitude dos portfólios, com soluções sob demanda em que os clientes podem selecionar o produto certo para o que necessitam. Continuamos liderando o caminho de educar nossos clientes sobre os benefícios da indústria 4.0, soluções em nuvem, acompanhando as evoluções industriais que têm acontecido a olhos vistos, e queremos trazer sempre tecnologias de ponta. Os centros tecnológicos e de desenvolvimento, tanto em Cestas (França) quanto nos Estado Unidos continuarão funcionando como são, com seu know-how, mas a interoperabilidade entre os softwares Gerber e Lectra é algo que definitivamente queremos investir.

CP: Este período com a pandemia trouxe muitas mudanças – para vocês, inclusive. Partindo desse ponto, agora com a Gerber pertencente ao Grupo Lectra, vocês revisitaram os direcionamentos das empresas em termos de comportamento de mercado, tecnologias, cadeia de fornecimento e logística e mudaram algo dessa visão? Fizeram um benchmarking?

LM: Antes da pandemia, o setor de vestuário já estava em transformação, nossos clientes olhando para todo o processo de maneira diferente, buscando formas diversas de fabricação. Mesmo antes da Covid-19, havia uma visão de investir nas soluções da indústria 4.0, permitindo que nossos clientes tenham mais flexibilidade de produção e que seus produtos cheguem ao mercado mais rápido, bem como expandir as operações com fornecedores e fabricação locais, ajudando a mitigar qualquer impacto potencial em fornecimento e logística. Também reforçamos o investimento em estoques para que nossos clientes não sintam esses impactos em tempo de espera de peças, para não atrapalhar suas produções, e temos sido muito bem-sucedidos nesta estratégia. Nunca se sabe quando o mundo virará de cabeça para baixo novamente.  

CP: O que podemos esperar de novos produtos e/ou tecnologias da Gerber e Lectra para este ano ainda ou para breve?

LM: Em todos os produtos que vendemos, estamos procurando alavancar ainda mais a indústria 4.0 para aprimorar nossa oferta em design, em como isso se transfere para o planejamento de produção aproveitando o aplicativo em nuvem, como aproveitamos a Internet das Coisas, as soluções em nuvem, para permitir que nossos clientes produzam de forma mais sustentável, mesmo na sala de corte, fornecendo a eles melhores métricas, fazendo alterações em tempo real, quando necessário, reduzindo desperdícios de insumos, energia elétrica, tempo, para garantir que estejam operando com eficiência e sustentabilidade, olhar para isso não apenas porque é “legal se dizer sustentável”, como um impacto significativo no resultado final dos negócios.

Em visita recente a clientes no Brasil, vi que alguns são early adopters tecnológicos e têm metas muito agressivas, enquanto outros são mais conservadores e hesitantes. Porém, se quero que meu negócio cresça e tenha flexibilidade de produção, é preciso se permitir implementar novas tecnologias, pois, quando a demanda de operação for maior, ficará mais difícil fazer esta implantação para que tenha um resultado rápido e eficiente. Este é o momento de aproveitar e absorver o que a indústria 4.0 disponibiliza para poder operar seus negócios de forma mais eficiente, sustentável e flexível, este é o futuro.

CP: E como você está encarando este novo desafio, na posição de presidente para as Américas, que possui diferentes mercados? Qual marca gostaria que representasse sua gestão?

LM: Temos uma grande equipe de gerenciamento, clientes de ambas as empresas antes da aquisição, o compromisso de trazer à mesa questões deles e sincronizar sistemas internos, unindo o melhor dos dois mundos para que possa ser executado da melhor forma, e estamos tendo um feedback positivo por parte de nossos clientes. Em termos de tecnologias, não há diferenças no portfólio dos Estados Unidos e no do Brasil, por exemplo. Sob o ponto de vista cultural, temos que nos adaptar a cada região das Américas. Como já trabalhamos em todas elas com nossas equipes, especialistas e parceiros locais, não há problemas: sabemos fazer negócios tanto no Brasil quanto no México ou em qualquer outro lugar de atuação. Em relação à minha gestão, a marca que quero deixar é a de parceria. Seguindo nosso mantra, “mais fortes juntos”, quero que nossos clientes e parceiros também nos considerem dessa maneira, que somos mais fortes juntos, levando nossos negócios e parcerias a um nível superior.

Adriana Vono Papavero, diretora-geral do Lectra Group para a América do Sul, e Leonard Marano, em sua primeira visita ao Brasil como presidente para as Américas.
Fotos: Silvia Boriello

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