Com esse mote, é lançado o Desafio Moda-Brasil, primeira websérie de moda autoral do país
A cultura brasileira é imensamente rica e diversificada, incluindo a moda. Mas, muitas vezes, essas artes e esses artistas precisam de um espaço onde tenham voz e sejam vistos. Seguindo este raciocínio, foi criado em novembro de 2020, o Movimento MODA-BRASIL, e, agora, o Desafio MODA-BRASIL, uma websérie customizada onde, a cada episódio, desafia três marcas de moda autoral a otimizarem seus processos de transição do conceito tradicional de moda para a #ModaDoNovoMundo, mentoradas por alguns dos profissionais e instituições mais renomados do Brasil, como USP e Sistema B, abordando dez temas como produção, processos artesanais, gestão, ancestralidade/identidade cultural, tingimentos e estamparia, inovações têxteis, sustentabilidade, audiovisual, comunicação e marketing.
Depois das mentorias, cada marca cria um look com aplicação dos novos conceitos, e eles ficam em votação online, pelo site movimentomodabrasil.com.br, por uma semana. Quem vencer pelo público virtual, ganha um kit de tecidos especiais Dalila Têxtil, uma consultoria em Direito da Moda por Flávia Corrêa, e a certificação MODA-BRASIL #ModaDoNovoMundo.
A produção da websérie é interativa e acontece diariamente pelo Instagram @movimentomodabrasil . Cada produção de um episódio dura cerca de um mês, e se constrói por meio do conteúdo gerado pelas postagens das marcas participantes, pelas postagens da equipe do Desafio, e da interação do público.
O episódio #1 da primeira temporada foi realizado durante o mês de fevereiro, e essa “competição colaborativa” foi vencida pela marca Hiromi, que concorreu com a Ludimila Heringer, do Pará, e a Pangéia, marca itinerante da Bahia. Esse episódio compactado será divulgado pelo canal do MODA-BRASIL no Youtube, em 31 de março.
Já para o episódio #2, que terá seu resultado divulgado no dia 1o de abril no Instagram @movimentomodabrasil, as três marcas de moda autoral convidadas a serem personagens do “Desafio MODA-BRASIL”, as quais passaram por uma rigorosa seleção entre várias candidatas de todas as regiões do país, são: Wendyel Borin [Rio Grande do Sul], Lizzi Concept [Maranhão/França] e Oroomin [Bahia/Rio de Janeiro].
PERFIL DE CADA MARCA DO EPISÓDIO#2
Lizzi concept [@lizzimoda] – A estilista Lisyane Arize cria diálogos entre a cultura popular e a moda. Desbravadora, ao finalizar seus estudos de moda na Bahia, onde nasceu, decidiu conhecer as regiões norte e amazônica do país, optando por permanecer na cidade de São Luís do Maranhão, onde integrou durante dois anos a equipe de vestuário do SENAI, assumindo a coordenação do Núcleo de Design dessa Instituição. Seu destino seguinte foi a França. Lá atuou em frentes importantes, lançou sua marca LIZZI, e inclusive recebeu o Prêmio Tiffanny (um troféu em cristal legítimo) – como primeiro lugar como estilista revelação da Fashion Week Paris, edição 2017. Seu trabalho está ligado a preservação do saber-fazer no nordeste. É nessa diversidade que ela mais se inspira, e assim recria uma ponte permanente entre o mundo novo e o mundo antigo, principalmente com o uso de rendas manuais Labirinto [da Paraíba], Renascença [de Pernambuco], e Bilro [do Maranhão], e bordados de releituras de tradições culturais da região.
Wendyel Borin [@wendyelborin] – Em 2017, no final de sua graduação, criou a coleção ecofeminista intitulada Alma. O projeto ganhou dois prêmios: Aceleradora Demo, que deu origem a marca e, 2º lugar no Hub de Inovação da Uniritter. Além disso, o fashion film Alma foi selecionado para o Porto Fashion Film Festival 2017. A marca teve estreia durante seu desfile no evento de moda DEMO², sediada no Instituto Ling em Porto Alegre (RS).
Suas criações são artesanais, reutilizando tanto roupas de alfaiataria masculina quanto sobras de corte de confecções locais e tecidos com “defeito”, divididas em duas linhas: peças pronta entrega e sob medida. Ela se apresenta como “uma marca de alfaiataria desconstruída, agênero, que existe para criar caminhos sustentáveis na moda, de forma não convencional, com a finalidade de agregar valor personalizado sobre o vestir. Reforça a importância do ato de ressignificar materiais, criar uma nova silhueta para a mulher contemporânea, e transformar roupas em novas vestimentas.
Oroomin [@oroomin__] – Oroomin é uma marca de streetwear, com foco em pesquisas de experimentações manuais e manipulações têxteis, ligando vestuário a questionamentos do corpo preto na sociedade. Sua designer, Denise Salles, é natural de Salvador (BA), e atualmente mora no Rio de Janeiro. Com formação em Gestão de design de Moda pela UNIFACS, e técnico em Produção de Moda pelo SENAC, tem uma diversa vivência profissional, de consultora de moda a aderecista da Escola de Samba Unidos da Tijuca. Atuou em produção styling e direção de arte de editoriais e campanhas, de jovens e grandes marcas. Desenvolve peças exclusivas para artistas, os quais atende também como stylist. “Gosto de fazer conexões com a ancestralidade, artistas plásticos negros, músicos, a filosofia africana e tribos, sempre pensando em um círculo. Quando crio, misturo o que eu acho bonito, o que me toca, com essas pautas”, diz Denise.
