Etapa brasileira da premiação definirá startups semifinalistas no Rio de Janeiro; as melhores ideias para moda sustentável ganharão US$ 1 milhão
Organizado pela ONG Hult Prize Foundation, em parceria com a Education First e a The Clinton Foundation, o Hult Prize 2023 premiará as melhores ideias de sustentabilidade aplicadas ao mundo da moda, com base nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A equipe da startup vencedora levará US$ 1 milhão para casa. Coordenada por Rafael Kenji, diretor regional do Hult Prize no Brasil, será a primeira vez na história do prêmio que uma das etapas acontecerá aqui no país. A etapa brasileira definirá semifinalistas do prêmio em evento que será realizado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, em 3 de junho.
Em 2022, com o tema “Retornando o Mundo de Volta ao Trabalho”, equipes de todo o planeta disputaram o grande prêmio, que foi entregue pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, apoiador do desafio desde sua criação, para a startup EcoBana, da St. Paul’s University, de Limuru, Quênia – foi a primeira vez que uma equipe africana venceu o prêmio.
Com mais de 100 mil participantes no mundo, provenientes de 2 mil universidades de mais de 120 países, este ano a semifinal brasileira o traz o tema “Redesign Fashion: lançar um empreendimento social inovador na indústria de vestuário e moda para torná-la mais sustentável“. A competição é considerada o Prêmio Nobel dos estudantes e busca promover interação entre os alunos para a criação de ideias inovadoras e para repensar o futuro do desenvolvimento social, com base no empreendedorismo social.
Rodrigo Cintra, diretor de Inovação e Internacionalização da ESPM, ressalta a importância da realização de uma semifinal do prêmio no Brasil, ocasião que coloca o país no circuito mundial da inovação. “Inovar é mais do que ter uma boa ideia, é entender que precisamos mudar o mundo para melhor, entender que temos uma responsabilidade com o futuro. É baseado nessa ideia que a ESPM decidiu apoiar a vinda do Hult Prize ao Brasil. Não se trata apenas de mais um prêmio, mas sim de um daqueles esforços para estimular ideias que impactem o mundo com a “inusitude” que a ESPM defende”, diz.
O evento contará ainda com presenças de autoridades e convidados referências no setor, como a Miss Brasil de 2019, Júlia Horta, que participa como voluntária do Hult Prize Regional Rio de Janeiro, apoiando a equipe da semifinal.
ETAPAS
Em 2023, a grande final do prêmio acontecerá na capital mundial da moda, Paris, e reunirá grandes jurados e convidados para a escolha do vencedor.
A etapa brasileira selecionará duas equipes para uma aceleração on-line de três semanas, em julho. Durante o treinamento, as 24 equipes, selecionadas nas demais semifinais pelo mundo, serão capacitadas por grandes empreendedores e convidados, representantes de big techs e empresas referências no setor de inovação e da moda. O deadline para envio das propostas foi em 1 de março.
Após a aceleração, as 12 melhores equipes serão novamente aceleradas, presencialmente, na França, na sede da Hult International Business School, no mês agosto, para que seis equipes escolhidas se apresentem na grande final, que acontece em setembro. A aceleração busca capacitar ainda mais as equipes, para que todas consigam investimentos e gerem impacto global, mesmo concedendo o prêmio a apenas uma vencedora.
A MODA E O CUSTO AMBIENTAL E SOCIAL
A roupa é uma necessidade básica e a indústria da moda de hoje é o terceiro maior setor manufatureiro do mundo, contribuindo com US$ 2,4 trilhões para a economia global. Mais de 150 bilhões de artigos de vestuário são produzidos a cada ano. O segmento emprega 300 milhões de pessoas em sua cadeia de valor – um sexto da força de trabalho mundial.
O problema é que tudo isso gera custo ambiental e social extremos. A indústria da moda é responsável por até 8% das emissões mundiais de gases de efeito estufa – mais do que todos os voos internacionais e transportes marítimos combinados. Consome 215 trilhões de litros de água por ano e é responsável por 9% dos microplásticos encontrados nos oceanos. Para grande parte dos trabalhadores, as condições são perigosas e exploradoras.
Sempre com o foco no empreendedorismo social, o Hult Prize seleciona de três a quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, para o desenvolvimento do tema do prêmio, a cada ano. Em 2023, os desafios são os 5 (Gender Equality), 6 (Clean Water and Sanitation), 8 (Decent Work and Economic Growth), 9 (Industry, Innovation and Infrastructure), 12 (Responsible Consumption and Production), e 13 (Climate Action) englobando o maior número de ODS desde a criação do prêmio.