A patente que trata de fibras compósitas retardantes a chamas foi depositada na modalidade “exame prioritário estratégico”
Em parceria com a empresa Ecofiber/Altenburg, o projeto para obtenção defibras compósitas retardantes a chamas, desenvolvido pelo SENAI CETIQT, no Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI), está inserido no campo de aplicação de materiais têxteis nãotecidos, mais especificamente na produção de fibras compósitas com propriedade antichama.
De acordo com a patente, o uso desses materiais é de extrema importância, para evitar riscos à saúde: “materiais poliméricos são comumente utilizados na construção civil, destacando-se por diversas vantagens, tais como a facilidade de processamento, de transporte, baixo custo, entre outras. Entretanto, a maioria dos polímeros apresenta uma grande desvantagem: o seu caráter inflamável. A combustão indesejável desses materiais pode ser acompanhada, em sua maioria, pela produção de gases tóxicos e corrosivos, limitando sua aplicação, tendo em vista os riscos graves à saúde e à vida humana”, explica o documento.
Devido aos requisitos impostos para a segurança estarem cada vez mais rigorosos, concluir a melhoria de comportamento antichama ou retardante à chama de materiais poliméricos tornou-se um grande desafio para os pesquisadores. “Desde o ocorrido na Boate Kiss, em 2013, se tornou necessário o uso de um material que inibisse a propagação das chamas, a liberação de gases tóxicos e o gotejamento de partículas incandescentes oriundos da queima dos materiais, requisitos que a invenção propõe em uma nova fibra compósita, sendo destinada ao uso em roupa de cama em geral, roupa de cama de hotelaria, roupa de cama para embarcados (marinha, aeronáutica, plataforma de petróleo), produção de tecidos em geral, matelassados, forração e carpetes, filtros de ar em filtração a seco, área de automobilismo e principalmente, na construção civil, em isolamentos térmicos e acústicos”, conforme explica o pesquisador líder do projeto, Raphael Bergamini.
A patente busca implementar uma nova formulação no DNA da fibra, com propriedades antichamas ou retardante à chama, que gera menos impacto ao meio ambiente, com menores riscos à saúde e à vida humana, baixo custo, estável e que apresente elevada sinergia entre seus componentes – proporcionando uma fibra compósita antichama. Além da produção da fibra, toda a formulação do aditivo foi desenvolvida pela equipe de pesquisadores do ISI, e os produtos foram fabricados pela Ecofiber.
A produção brasileira de fibras de poliéster é extremamente baixa quando comparada ao consumo. Desta forma, fibras com aditivos especiais, como nesta patente de uma fibra antichama, tem na grande maioria sua origem na importação. Essa compra de fibras de poliéster em geral ultrapassou as 112mil toneladas em 2022. Os grandes volumes de importação são oriundos da Ásia, onerando os custos e dificultando o acesso a fibras especiais, bem como o atendimento a legislação nacional.
A Ecofiber/Altenburg, por meio desta patente, busca superar as exigências normativas na utilização de fibras de poliéster (PET) em seus produtos de isolamento térmicos e acústicos, bem como estender esta propriedade para outros produtos do Grupo Altenburg, finaliza Eduardo Rosa, diretor da Ecofiber e um dos inventores.