Prazos de pagamentos e condições relativas aos juros têm quadro agravado

Uma enquete realizada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), de 13 a 26 de maio de 2023, abrangendo empresas de todos os portes e distintas regiões do país, demonstra os problemas para a obtenção de crédito. Cinquenta e quatro por cento das entrevistadas buscaram empréstimos e foram atendidas. Para elas, porém, a taxa de juros está muito pior (32% das respostas) ou pior (56%) em relação ao ano passado. Para 8%, a situação é igual e 4%, melhor. Quanto aos prazos de pagamento, 8% consideraram muito pior, 44%, pior, 36%, igual e 12%, melhor. No que diz respeito à carência, as respostas são as seguintes: muito pior, 12%; pior, 38%; igual, 42%; e melhor, 8%.

A burocracia piorou muito para 24% e piorou para 12%. Outros 56% consideraram que segue igual e 8% avaliaram que melhorou. No tocante às garantias exigidas, a percepção para 24% é de que está muito pior; 20%, pior; 48%, igual; e 8%, melhor.

A grande maioria (92%) das indústrias têxteis e de confecção que obtiveram crédito reportou que busca empréstimos nos bancos comerciais tradicionais e 32% também procuram o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). É interessante notar que 43% informaram não conhecer as linhas de financiamento desta instituição, mas 83% do total pretendem recorrer a ela nos próximos dois anos.

De acordo com a enquete, 24% das empresas que tiveram sucesso na obtenção de empréstimos também recorrem às cooperativas de crédito. Aporte de capital por novos sócios e investidores, fundos de investimento de direitos creditícios e mercado de ações e debêntures são fontes de recursos para 12%, em cada uma dessas rubricas. Apenas 4% buscam operações de factoring.

Já 33% de todas as empresas depoentes informaram não ter procurado a contratação de crédito, pois a maioria (84%) utiliza somente recursos próprios. Outras 13% procuraram empréstimos este ano, mas não tiveram atendimento.