Em sua 6ª edição, o FFR está com edital aberto para submissão de trabalhos e ilustrações focados em Raça e Gênero, Clima e Tecnologia na moda, e premiará os estudos com potencial de impulsionar soluções sustentáveis no setor
As inscrições para a submissão de ensaios teóricos e ilustrações do Fórum Fashion Revolution foram prorrogadas até o dia 29 de agosto. Considerado a primeira plataforma do país criada para fomentar a pesquisa e o debate sobre soluções sustentáveis e práticas afirmativas em inclusão, equidade e diversidade no sistema da moda, o FFR visa a colocar o Brasil como eixo gerador de conhecimento decolonial no setor, no contexto nacional e internacional.
O Fórum é um espaço de intersecção entre diferentes atores, em que a academia, o ativismo, a arte, a indústria, o mercado e a sociedade civil se encontram para somarem forças e trocarem experiências para inspirar e impulsionar a revolução. “A plataforma é um ambiente seguro, inclusivo, criativo e disruptivo, que estimula o fluxo de ideias inovadoras para promover mudanças sistêmicas na moda”, destaca Paula Velasco Leal, coordenadora executiva do Fashion Revolution Brasil e gestora do projeto.
NOVIDADES DA EDIÇÃO
A plataforma traz duas novidades este ano: a primeira é a abertura das inscrições para submissão de trabalhos em três categorias: Ensaios Teóricos, Ensaios Práticos-Soluções e Ilustrações. Os Ensaios-Teóricos tem o objetivo de receber trabalhos que reflitam sobre a moda e suas diversas conexões com outras áreas do conhecimento, como cultura, história, arte, antropologia e comunicação, enquanto os Ensaios Práticos-Soluções buscam receber trabalhos que apresentem soluções e ideias práticas e inovadoras, capazes de mudar os rumos da indústria da moda. A categoria das Ilustrações, por sua vez, tem a finalidade de trazer reflexões sobre os impactos socioambientais da moda por meio da expressão artística.
A segunda novidade é a criação do Prêmio Fórum Fashion Revolution, cujo intuito é incentivar e reconhecer pensadores da moda e sustentabilidade, além de impulsionar soluções práticas para a cadeia de produção da indústria da moda. Os três melhores trabalhos de todas as categorias e eixos temáticos serão premiados, com um prêmio em dinheiro de até R$10 mil, além de mentorias com executivos da patrocinadora do Fórum, Pernambucanas, e de menção honrosa.
RAÇA E GÊNERO, CLIMA E TECNOLOGIA PARA REVOLUCIONAR A MODA
Em 2024, os eixos temáticos do Fórum Fashion Revolution são Raça e Gênero, Clima e Tecnologia. Entende-se que, para promover uma transformação positiva na sociedade, a moda precisa passar por uma revolução em toda a sua cadeia de valor. Nesse sentido, novas abordagens em estudos e pesquisas que se proponham a lidar com os desafios do nosso tempo como o racismo, a misoginia, a crise climática e o desenvolvimento tecnológico acelerado -, se tornam essenciais, uma vez que potencializam soluções para a moda justa, responsável, ética e transparente.
O eixo Raça e Gênero é um dos temas centrais do FFR deste ano, que adota uma perspectiva interseccional. Não há como promover uma transformação no sistema da moda sem abordar essas questões, especialmente o papel das mulheres negras e racializadas. Ana Fernanda, coordenadora acadêmica e de diversidade do Fórum, explica: “A indústria da moda é majoritariamente feminina; porém, essas mulheres não estão em cargos de liderança, são superexploradas e mal pagas – principalmente quando se fala em mulheres racializadas e imigrantes.”
O eixo Clima é imprescindível na discussão sobre moda sustentável, pois essa indústria contribui significativamente para a emergência climática, sendo responsável por 2% a 8% das emissões de gases de efeito estufa (ONU). A dependência de matérias-primas fósseis para a produção de nossas roupas, como o poliéster, além do impacto do cultivo de algodão, ligado à devastação do Cerrado e à perda da biodiversidade brasileira, são questões críticas que impulsionam a crise do clima e que, por isso, devem ser debatidas e solucionadas.
Por fim, o eixo Tecnologia destaca como inovações tecnológicas têm causado mudanças profundas em diversos aspectos socioambientais e culturais. Nesse sentido, o FFR incentiva, na indústria da moda, o debate sobre o uso de tecnologias ancestrais e novas tecnologias, como a IA generativa, a fim de cocriar soluções que não perpetuem desigualdades ou violem direitos humanos e da natureza.
Os melhores trabalhos dentre as três categorias serão escolhidos pelo Comitê Científico para serem publicados em um Livro Digital com ISSN, que será lançado durante o evento presencial do Fórum em São Paulo (SP), no dia 22 de novembro de 2024, e estará disponível para download gratuito na plataforma do evento e no site do Fashion Revolution. Além disso, 20 ensaios serão selecionados para apresentação oral durante o evento, e as ilustrações escolhidas também serão expostas.
Para mais detalhes sobre a submissão de trabalhos e a elegibilidade para o prêmio, consulte o edital.