Por Taissa Cruz
O mercado têxtil está em constante movimento. Com a concorrência crescente e os consumidores tendo expectativas elevadas, as marcas têm de se tornar humanas para criar ligações duradouras e emocionais com o público. Descubra, a seguir, como a humanização redefine a marca, cresce a fidelidade do cliente e impulsiona as vendas.
O CONCEITO DE HUMANIZAÇÃO DAS MARCAS
A humanização das marcas não se trata apenas de ser amigável. É sobre imputar características humanas aos produtos e serviços, alcançando a empatia e criando identificação dos consumidores.
Esse fenômeno, conhecido como projeção antropomórfica, pode ser observado em como tratamos os assistentes de IA, como Siri, da Apple, ou Alexa, da Amazon, tratando-os com cortesia e até mesmo afeto.
De acordo com o Grupo Nielsen Norman, os consumidores associam sentimentos humanos com IA por meio de postura, reforço, brincadeira e companheirismo. Comportamentos como estes com as marcas da IA provam um instinto humano natural de criar laços emocionais, até mesmo com as criaturas “não humanas”.
A IMPORTÂNCIA DA ANCORAGEM
No contexto da humanização das marcas, a ancoragem desempenha um papel crucial. A ancoragem refere-se ao ponto de referência que os consumidores utilizam para julgar um produto, serviço ou marca. No mercado têxtil, por exemplo, o preço de um produto pode influenciar diretamente a percepção de qualidade e valor.
Marcas que conseguem estabelecer uma ancoragem positiva, alinhando suas estratégias de preços e comunicação com as expectativas do consumidor, tendem a criar uma percepção de valor mais forte. Isso é especialmente relevante no B2B, em que um preço significativamente abaixo do mercado pode levantar suspeitas sobre a qualidade, enquanto um preço muito elevado pode parecer irrealista.
CONECTANDO-SE COM O CONSUMIDOR
A humanização das marcas também está intimamente ligada à criação de experiências de consumo coesas e emocionantes. Consumidores valorizam interações que priorizam o contato humano, sobretudo em momentos críticos como suporte técnico ou resolução de problemas.
Empresas que conseguem equilibrar o uso de tecnologias emergentes, como a IA, com um toque humano, tendem a se destacar. A IA pode ser uma ferramenta poderosa para personalizar experiências e atender às preferências dos clientes, mas é a combinação com a criatividade humana que realmente cria uma conexão emocional duradoura.
BENEFÍCIOS DA HUMANIZAÇÃO NO MERCADO TÊXTIL
Para empresários e profissionais do mercado têxtil, investir na humanização das marcas pode trazer vários benefícios:
- Aumento da lealdade: Marcas que estabelecem uma conexão emocional tendem a fidelizar mais seus clientes. Consumidores leais são mais propensos a repetir compras e recomendar a marca para outros.
- Diferenciação competitiva: Em um mercado saturado, a humanização pode ser um diferencial significativo. Marcas que se destacam por seu toque humano criam uma identidade única e memorável.
- Engajamento emocional: Consumidores que se sentem conectados emocionalmente com uma marca estão mais dispostos a pagar um preço premium, aumentando a margem de lucro.
O ponto principal de tudo isso é que, em algum momento da história, “esquecemos” que fazemos produtos e serviços para seres humanos. Empresas não vendem para outras empresas, são pessoas interagindo com outras pessoas, o tempo todo. Portanto, quanto mais empático, transparente, cortês e focado na melhor solução para o cliente, mais humana a empresa será e melhor experiência o cliente terá.
Taissa Cruz é founder da 4Brands Atelier de Marcas, agência especializada em Branding e Marketing e consultora do Sebrae-SP. É estrategista de marcas e publicitária com mais de 20 anos no mercado corporativo. Atuou como head de Branding, Marketing e Comunicação em grandes empresas, como Capricórnio Têxtil, Telefônica (Vivo) e Allianz Seguros. Possui MBA em Administração e Marketing pela FAAP e diversos cursos de branding pela ESPM, FGV, University of California e Pennsylvania.
taissacruz@4brandsatelierdemarcas.com