Cultivada com manejo responsável por comunidades do Pará, a fibra se destaca pelo baixo impacto ambiental e forte contribuição social
A Vicunha, referência global em denim inovador e sustentável, apresenta na COP30 o primeiro denim produzido em uma composição com algodão e malva amazônica, uma matéria-prima natural e sustentável. Essa inovação singular traduz o compromisso da empresa com uma moda consciente, consolidando sua posição na vanguarda da indústria têxtil brasileira e mundial. O tecido compôs um dos looks expostos na área reservada ao Governo do Pará, na Green Zone, em plena Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que começou na segunda-feira (10).
O vestido com jeans de malva foi idealizado e costurado por Alcimara Braga, estilista, professora de moda, ativista e fundadora da Semana de Moda Amazônica. O look conta com acessórios em palha reaproveitada de esteiras, sendo confeccionado pela Coostafe, cooperativa de mulheres privadas de liberdade do sistema prisional paraense. A criação também tem a participação do artista visual Alan Soares no conceito, estabelecendo um diálogo entre tradição e contemporaneidade afro-indígena, temática abordada pela Usina da Paz da Terra Firme.
A peça se soma a outros sete looks que estão disponíveis no setor Green Zone da COP30, chamando a atenção de visitantes de governos, empresas e da sociedade civil para a importância da moda criativa e responsável. A exposição é fruto do projeto Amazônia Resistência, um movimento de colaboração e conexão com a floresta, que conta com fibras, sementes e criatividade vindas das margens e que ganham protagonismo no centro, revelando a força da Amazônia como potência da bioeconomia e exemplo para o mundo.
Para Alcimara Braga, estilista orientadora da exposição, o jeans de malva contribuiu para fortalecer a mostra. “A proposta do projeto Amazônia e Resistência é justamente apresentar a Amazônia como uma potência da bioeconomia. Em um contexto em que a moda é uma das indústrias que mais poluem o meio ambiente, foi muito importante para a exposição encontrar um tecido feito com uma fibra cultivada na Amazônia por mãos de amazônidas e sendo uma fibra biodegradável e sustentável, apresentando a potência sustentável da região”, afirma.
A conexão entre moda e sustentabilidade ganha relevância nas discussões da COP30. Com esta iniciativa, a Vicunha reforça o papel estratégico da bioeconomia no desenvolvimento sustentável da cadeia têxtil, valorizando práticas de cultivo com manejo responsável, que geram impacto social positivo e promovem a regeneração ambiental em comunidades locais do Pará envolvidas na produção da malva.
“Estar na COP 30 com um tecido inovador a partir de fibra amazônica é contribuir para uma cadeia têxtil e de moda sustentável, unindo conservação ambiental, valorização social e fomento a tradições de regiões de floresta. Isso mostra nosso compromisso em apoiar uma moda brasileira criativa e pioneira, em sintonia com uma agenda global de sustentabilidade”, afirma Renata Guarniero, gerente de Marketing da Vicunha.
MALVA E O IMPACTO SOCIOAMBIENTAL POSITIVO
Cultivada por comunidades ribeirinhas na Amazônia, a malva cresce em harmonia com os ciclos naturais de seca e cheia, dispensando desmatamento, irrigação artificial, agrotóxicos ou fertilizantes químicos. Através desse modelo colaborativo, a cadeia produtiva da malva representa uma conexão profunda entre inovação, cultura amazônica e responsabilidade, gerando emprego e renda com a floresta em pé. Produzida pela empresa Castanhal Têxtil, a fibra de malva tem baixíssima pegada ambiental: não degrada o solo, não contamina águas, mantém a biodiversidade e captura CO2 de forma intensa e rápida, contribuindo para mitigar as mudanças climáticas.
“Esta inovação reafirma o forte compromisso da Vicunha com a sustentabilidade, somando-se a uma série de práticas já implementadas. A empresa, por exemplo, utiliza energia eólica e água de reúso em sua produção, bem como algodão regenerativo e reciclado. Essas ações posicionam a empresa na liderança do setor de moda sustentável, impulsionando uma cadeia têxtil mais consciente e inovadora no Brasil e no mundo”, avalia Renata.
AMAZÔNIA RESISTÊNCIA
O projeto Amazônia Resistência propõe um caminho sustentável, alinhando inovação, cultura e responsabilidade ambiental. A iniciativa é fruto da cooperação entre o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, a Secretaria de Cultura do Pará, a Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária e a Academia Paraense de Música, unindo esforços para transformar realidades. O trabalho de produção de moda foi desenvolvido com mulheres privadas de liberdade da Coostafe e jovens atendidos nas Usipaz, sob a orientação pedagógica e direcionamento da professora e estilista paraense Alcimara Braga.
Foto: Divulgação
