NATURAL COTTON COLOR LEVA OS “TROPEIROS DA BORBOREMA”À PASSARELA SUSTENTÁVEL EM MILÃO

A coleção traduz a memória sertaneja em design atual com a alfaiataria e foi inspirada nas memórias familiares da fundadora da marca, Francisca Vieira

A Natural Cotton Color (NCC) retorna pela quarta vez à semana de moda sustentável em Milão, desta vez apresentando a coleção Tropeiros da Borborema, que homenageia os responsáveis por abrir caminhos no interior da Paraíba e viabilizar o escoamento do algodão durante o ciclo do “Ouro Branco”. O desfile aconteceu no dia 25 de setembro no Instituto dei Ciechi di Milano, no centro de Milão.

A coleção traduz a memória sertaneja em design atual com a alfaiataria. Inspirada nas memórias da CEO da marca, Francisca Vieira, filha e neta de tropeiros, a coleção resgata o luxo e a simbologia da indumentária da época, reinterpretada em linguagem contemporânea e sustentável.

As peças têm como base o algodão colorido orgânico, que já nasce em tons de bege e marrom, na Paraíba. No feminino, vestidos em algodão orgânico com seda evocam o requinte das festas do sertão, ao lado de capas e sobretudos inspirados nas antigas vestimentas de viagem. A coleção revisita ainda os desejados vestidos das melindrosas, reinterpretados em tecidos naturais e aplicações artesanais que unem leveza e feminilidade. Pela primeira vez, a marca ousou colocar cristais da Swarovski nas peças, para que o brilho representasse a riqueza que o algodão levou à Paraíba.

A tradição aparece em peças sobrepostas que remetem ao gibão de couro, chapéus transformados em versões atuais e o revival do fuxico, agora aplicado como detalhe decorativo em vestidos e acessórios.

A infância da época também é homenageada, com mini vestidos bordados e rendados que exaltam a herança cultural com delicadeza e sofisticação. No masculino, há conjuntos monocromáticos de camisas e calças, com destaque para o loungewear, que ganha status de luxo com pijamas bordados em labirinto artesanal.

Essa atmosfera de luxo também dialoga com a própria história do algodão paraibano. Durante o ciclo do Ouro Branco (1860–1930), a Paraíba foi a maior produtora mundial, perdendo apenas para Liverpool, na Inglaterra, o que consolidou o estado como referência internacional. “A saga dos tropeiros foi fundamental para que o algodão paraibano chegasse aos centros comerciais. Estes desbravadores abriram caminhos sob condições adversas e deixaram um legado de coragem, coletividade e resiliência – valores que dialogam profundamente com a filosofia da Natural Cotton Color”, destaca Francisca.

Além da inspiração histórica, a coleção reafirma o compromisso socioambiental da Natural Cotton Color. Todas as peças são produzidas com algodão naturalmente colorido, cultivado no semiárido da Paraíba sem irrigação e sem tingimento químico, economizando até 87,5% de água no processo produtivo. O trabalho artesanal de rendeiras, tecelãs e bordadeiras locais é incorporado à criação, em um diálogo entre memória, inovação e sustentabilidade.

A coleção contou ainda com a colaboração do estilista Léo Mendonça (linha masculina), da Makano (bolsas adaptadas ao design da coleção), Pacoa Eco (calçados masculinos), Virgínia Barros (calçados femininos), Texpar (moletons), Dalila Ateliê Têxtil (malhas 3D). Tem patrocínio da Círculo (apoio aos bordados) e suporte dos cristais da Swarovski (pedraria que ilumina as peças).

A participação da Natural Cotton Color no desfile em Milão conta com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) por meio do programa Texbrasil, que viabiliza a presença brasileira em eventos de moda internacionais.

Fotos: Natural Cotton Color / Divulgação