Somente 12% dos entrevistados afirmam ter uma marca preferida, o que coloca a categoria com amplas possibilidades de conquistar novos públicos
Indústria e varejo da moda têm motivos para conquistar cada vez mais clientes, afinal, o percentual de consumidores fiéis a somente uma marca é de 12%. E dentro do universo dos outros 88%, 32% afirmam não ter preferência específica, enquanto 56% flutuam entre opções acima de duas marcas de maior interesse. Essa é uma das conclusões da pesquisa “O Consumo de moda e o potencial brasileiro”, realizada pela Globo e disponibilizada na Gente, plataforma da empresa que reúne pesquisas e tendências com a cara do Brasil.
Quando analisado o perfil destes 32% sem preferência por marcas, o material mostra um comportamento curioso: 37% deles se dizem organizados na hora de ir às compras, com visitas a lojas físicas antes de se decidirem pela aquisição. Por outro lado, 28% atestam comprar sem planejamento, ou seja, deixam as compras para momentos de lazer, quando se deparam com algo que lhes agradam. E 21% são aqueles que pesquisam nos sites de lojas multimarcas para se decidirem e 10% procuram em buscadores online. Os que compram por impulso, seja por meio de anúncio nas redes sociais ou publicação de influenciadores, somam 3%.
Os dados mostram também que 93% dos que responderam à pesquisa adquiriram roupas recentemente, sendo 42% há menos de um mês, por conta da mudança da estação; 28% compraram há menos de três meses; e 9% compraram roupas no Dia das Mães. Ainda dentro deste recorte, 94% optaram por compras para si mesmo e 34% para outra pessoa. Neste caso, a somatória ultrapassa 100% porque muitos se encaixam nas duas situações.
Quem quis agradar a si mesmo com novas peças, o fez por ter encontrado uma ótima oferta (32,6%). Já os que têm o hábito de sempre renovar o guarda-roupa somam um percentual de 28,8%. Os que viram no clima frio a razão para novos trajes foram 24,4% dos entrevistados, praticamente a mesma porcentagem dos que precisavam trocar as vestimentas por estarem velhas demais (24,3%).
Quando olhamos no detalhe os que compraram roupas para outras pessoas, 45,8% compraram para os filhos; 32,4% optaram pelo artigo por conta do aniversário de alguém; seguido pelas mães, que foram presenteadas por 32,1% dos entrevistados. O critério preço baixo foi decisivo para 29% dos consumidores que adquiriram itens para terceiros.
PERSPECTIVAS PARA O SEGUNDO SEMESTRE
Os varejistas podem se animar com a perspectiva futura de compras. De acordo com o levantamento da Globo, 92% dos entrevistados disseram ter intenção de comprar roupas nos próximos meses: 87% deles já no próximo bimestre. São 85% aqueles que comprarão para si mesmo, 43% para os filhos e 25% para presentear outras pessoas.
Os motivos para esse interesse são vários, sendo o principal o hábito já estabelecido de comprar rotineiramente (26,9%), o fato de ter esfriado e, com isso, a necessidade de novas peças (24,2%), renovar o guarda-roupa antigo por artigos novos (21,4%) e na possibilidade de encontrar boas promoções (17,3%). Homens e mulheres concordam que calças casuais são os itens de maior interesse: 53,3% para eles e 50,6% para elas. Mas as semelhanças acabam aí. O público masculino demonstrou interesse na sequência em bermuda (49,9%) e camisetas (46,7%). Já elas, vão atrás de roupas íntimas (48,4%) e casacos (39,1%).
FÍSICO X DIGITAL
A pesquisa quis entender também a participação dos modelos de loja dentre os entrevistados: 70% costumam comprar em lojas online. Já as lojas físicas de departamento fazem parte da rotina de 62% dos brasileiros. Por fim, as lojas físicas de bairro alcançam 22% do costume do público entrevistado.
Dos que têm preferência pelas lojas físicas, 54% dizem gostar de experimentar as roupas para ver o caimento no corpo; 43,8% gostam de sentir a qualidade do que vão comprar; 42% querem já sair com o produto em mãos. Do lado das varejistas online, 53% acreditam que os preços são melhores, 46,6% percebem mais variedades nos artigos e 29,2% têm o hábito de navegar em sites e apps e, ao se deparar com algo de interesse, compram.
VALORES EM JOGO
O estudo também mapeou quanto cada perfil de consumidor pretende gastar ainda em 2023 com roupas: 57% dos entrevistados almejam investir entre R$ 50 e R$ 400, mas este valor varia a partir do recorte de público.
A pesquisa segmentou os entrevistados em oito perfis: básicos, elegantes, esportistas com estilo, consumistas, na moda, geeks, atletas de performance, festivos e controlados. Quem mais pretende investir, isto é, desembolsar mais de R$ 1.000, são os que gostam de andar na moda (18% deste público). Já os que não ultrapassarão os R$ 50 são os controlados, com índices de 15%, o mais alto dentre os recortes.
A pesquisa foi realizada em parceria com a Offerwise e foi a campo no mês de junho de 2023. Foram entrevistadas mil pessoas em todas as regiões do Brasil, sendo 57% da classe AB, 33% da classe C e 10% da classe E.
O resultado completo pode ser acessado em https://gente.globo.com/o-consumo-de-moda-e-o-potencial-brasileiro-2/