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“RE-FARM CRIA” PREMIA NOVAS TECNOLOGIAS EM SP, RJ, MG E ES

Projetos do Sudeste garantem novas técnicas para reduzir os impactos da indústria da moda no meio ambiente

Práticas sustentáveis social e ambientalmente, propostas inovadoras que provocam a reflexão e despertam interesse por novos designs e produtos que não agridam a natureza são o que caracterizam os quatro projetos selecionados na Região sudeste na segunda Chamada do RE-FARM Cria, iniciativa de responsabilidade da Farm.

O projeto “Coágulo: Joias pós-antropoceno” foi o vencedor do Rio de Janeiro e propõe um experimento para criar artificialmente cristais e a partir disso produzir joias com o uso de de impressão 3D, o resultado final são materiais sustentáveis para profissionais da indústria da moda, novas técnicas e novos formatos; do Espírito Santo veio a iniciativa “Precisamos falar sobre o que não cabe mais”, que será executado em Vitória e em Recife, um intercâmbio entre trabalhadores para criar três objetos a partir de matérias-primas pouco convencionais, da reciclagem criativa e da doação de resíduos.

Os projetos de Minas Gerais e de São Paulo também estão dentro do eixo inovação. O projeto “Modelando habilidades criativas” – MG: Por uma moda inclusiva e sustentável, promoverá oficinas profissionalizantes para aprimorar a gestão e as técnicas de produção de moda, com estratégias de empreendedorismo das mulheres bordadeiras do Coletivo Bordados da Barra Cega, o que ampliará a renda e visibilidade do Coletivo.

A Fusão das Fibras de Algas Marinhas é o projeto contemplado de São Paulo, que propõe explorar a fiação por fusão para desenvolver protótipos das fibras de tecidos e testá-las na indústria, visando minimizar o desperdício e maximizar a sustentabilidade.

“O nosso experimento resultará numa coleção de joias híbridas com técnicas e processos sob o viés eco-consciente. Os cristais serão criados em cima das peças feitas com impressão 3D e a coleção será uma forma de visualização da técnicas, mostrando a  possibilidade de cristais sem crueldade, ou seja, está diretamente ligado na redução do impacto da indústria de mineração de cristais”, pontua Iane Cabral Mello, responsável pelo projeto do Rio de Janeiro.

OS 20 SELECIONADOS DE TODO BRASIL

A Farm, em parceria com o Instituto Precisa Ser, divulgou a lista com os 20 selecionados na Edição dedicada à moda do projeto RE-FARM Cria. Os contemplados receberão R$25 mil para desenvolver as iniciativas, escolhidas entre os 370 projetos inscritos na chamada. 

“O Re-FARM Cria é uma excelente oportunidade de ampliarmos a conexão com quem está inventando moda nas periferias do Brasil e estamos muito felizes com os projetos que vimos nesta edição”, destaca Diego Francisco, head de marketing da FARM. Nesta edição, os projetos selecionados vêm de 17 estados: seis do Nordeste, quatro do Norte, quatro do Sudeste, três do Sul e três do Centro-Oeste.  

As iniciativas selecionadas realizarão seus projetos durante seis meses e contarão com o acompanhamento do time Farm. Foram selecionados projetos de moda em três eixos: criatividade, inovação e sustentabilidade. São propostas que usam o fazer moda para derrubar tabus, potencializar os saberes ancestrais, garantir proteção ao meio ambiente, dar novos usos a materiais derivados do petróleo, abusar de materiais naturais para colorir tecidos, além de oferecer  perspectivas econômicas, sociais e culturais em seus territórios.

INICIATIVA RECONHECIDA COM O PRÊMIO FAZ A DIFERENÇA 

Esta é a segunda Chamada do Re-Farm Cria, que é uma das formas encontrada pela Fram para se conectar com novas pessoas, com as diversidades desse Brasil gigante e produzir impacto social positivo para a sociedade e para todas as pessoas que atuam na empresa. A primeira Chamada do RE-FARM Cria ganhou o Prêmio Faz a Diferença, O Globo/Firjan, na categoria Desenvolvimento do Rio.

A segunda Chamada tem como foco projetos da área da Moda e suas diversas vertentes, o investimento é de R$ 500 mil, sendo R$ 25 mil para cada um dos 20 selecionados.

Na primeira chamada do RE-FARM Cria investiu R$ 800 mil em 81 projetos de jovens potências criativas, pessoas físicas, coletivos e organizações sem fins lucrativos em capitais do Brasil e em territórios periféricos do Rio de Janeiro, nos eixos de equidade, cultura, moda, diversidade, entre outros. 

TODAS AS PROPOSTAS SELECIONADAS

Região Norte:

Tecnologia Moniocolor (Amazonas): Conectado aos sistemas agrícolas tradicionais da Amazônia, o projeto usa a casca da mandioca para produzir corante para tecidos. 

Caminhos Sustentáveis do Látex da Amazônia: valorização da cultura indígena Arara Shawãdawa (Acre): Produz calçados artesanais a partir da extração do látex, cuja as mais beneficiadas são as mulheres indígenas.

Entre Nós: Moda & Macramê na Amazônia (Rondônia): Utilizará sementes, sementes e outros elementos naturais para produzir roupas e bolsas.

Mulheres do Entorno: Transformando resíduos de pneus em adorno e renda (Pará): Fará oficinas com foco em reaproveitamento de materiais, como câmaras de ar de pneus, para produzir peças. O foco é oferecer opção de complementação de renda para mulheres em situação de vulnerabilidade social. 

Região Nordeste: 

Tecendo Origens – São Luís (Maranhão): Usar materiais naturais, coloridos, para a criação de produto inovador combinando técnicas ancestrais quilombolas com a arte que reflete a cultura popular do Maranhão.

Moda Sustentável do Sossego (Pernambuco): Desenvolvimento de arte, moda e cultura através da execução e registro do processo completo de produção de peças e artigos de moda sustentável a partir do design vernacular e da recuperação de resíduos do local.

Artesanato em Rede – Mulheres do Mar (Ceará): Visa fomentar o empreendedorismo feminino, reforçando a importância da atuação em rede como estratégia para fortalecer a autoestima, força competitiva e inclusão produtiva de artesãs na indústria criativa, para gerar renda, inclusão social e redução das desigualdades de gênero.

Atelier fim-fim: laboratório de estamparia (Bahia): Laboratório de estamparia com o objetivo de criar a partir de narrativas de mulheres negras, para produzir memória por meio de tecidos. Vai criar estampas de vivências da negritude.

Joias de Orixá – Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Coleção (Rio Grande do Norte): Laboratório de pesquisa e desenvolvimento de coleção com o propósito de aprimorar a técnica e o estudo de joalheria tradicional afro-brasileira tendo como adornos produzidos a partir do cruzamento de metodologias da moda e das artes visuais.

Da Lama ao caos: Coleções de moda autoral (Pernambuco): Criação de moda autoral inspirada nos signos do movimento manguebeat (movimento cultural dos ocorridos em Pernambuco nos anos 1990).

Região Sudeste:

Coágulos: Joias pós-antropoceno (Rio de Janeiro): Coleção de joias criadas a partir da pesquisa no cultivo de cristais. O design será contemporâneo e abordará questões urgentes, tais como a sustentabilidade. 

Precisamos falar sobre o que não cabe mais (Espírito Santo): O experimento quer provocar reflexão crítica sobre práticas sustentáveis e decoloniais no design. 

Modelando Habilidades Criativas: Por uma moda sustentável e inclusiva (Minas Gerais): A proposta é ofertar quatro oficinas de fomento à economia das mulheres bordadeiras da Barra da Cega, nas quais elas vão aprimorar a gestão das técnicas de produção de moda (sustentável e inclusiva) e as estratégias de empreendedorismo dessas mulheres. No final haverá o lançamento da coleção criada.

A Fusão das fibras de algas marinhas (São Paulo): Propõe desenvolver fibras têxteis de algas marinhas pelo método de fusão ou melting spinning.

Região Centro – Oeste:

A cor é rosa: coleção cápsula com tingimento bacteriano para a comunidade LGBTQI+ (Goiás): Um grupo LGBTQI+ propõe desenvolver uma coleção de cápsula, a ser desenvolvida  a partir da utilização de corante para estampar tecidos de fibras 100% naturais e brasileiras (algodão orgânico seda rústica linho e lã), por meio de um pigmento bacteriano

Entre fios e tramas: TRANSgressões de gênero (Mato Grosso): O projeto vai desenvolver produtos utilizando cola, tinta, linhas e outros materiais, como figurinos, máscaras e vídeo performance. Todos os produtos terão como base os medos, anseios e traumas do corpo travesti e os estudos de gênero de Judith Butler.

14º FAV Fashion: Mulheres Coralinas (Goiás): Visa a aproximação da comunidade acadêmica com a comunidade externa, com a criação de uma rede colaborativa de moda, alunos e artesãs, amparada pela inclusão (mulheres do coletivo e alunas negras quilombolas e LGBTQI+).

Região Sul:

Feito para corpos menstruantes dignidade menstrual para todes (Santa Catarina): A proposta é derrubar tabu sobre a menstruação por meio do desenvolvimento de uma ferramenta educativa,  com ilustrações e conteúdos e de cueca menstrual, para distribuição gratuita. 

Linhas Pretas | Mapa Afro-brasileiro de Jovens Criadores Pretes da Moda (Rio Grande do Sul): O objetivo é desenvolver uma plataforma para catalogar e visibilizar criadores de moda brasileires pretes, com potencial para revolucionar o ramo no país. 

Projeto Entrelinhas (Santa Catarina): Busca a inserção social e valorização das mulheres imigrantes e em vulnerabilidade social residentes em Florianópolis, por meio da capacitação em  bordado livre para ser aplicado em produtos de moda.

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