Projeto social da Epson do Brasil junto à Censi Máquinas visa capacitar mão de obra ao setor confeccionista catarinense de forma gratuita
Uma indústria pujante, mas carente de mão de obra qualificada, este é o retrato dos setores têxtil e de confecção brasileiros atualmente. Para ajudar a transpor esse quadro, pelo menos em Santa Catarina, duas empresas, Epson e Censi Máquinas, uniram-se para tirar do papel um projeto que, de forma gratuita, quer trazer capacitação ao setor, unindo oferta e demanda: é o Studio Moda em Prática, lançado oficialmente no dia 23 de setembro, em Gaspar (SC).
“A ideia do projeto Studio Moda em Prática surgiu com a necessidade de qualificar mão de obra no setor têxtil de Santa Catarina, uma das áreas mais relevantes para a economia local. A Epson reconheceu essa carência e, com a Censi, Instituto Focus Têxtil e também após conversar com diversas empresas da região, decidiu desenvolver uma solução que fosse benéfica tanto para o mercado quanto para a sociedade. Para a Epson, foi uma oportunidade de aplicar seu compromisso com inovação tecnológica e responsabilidade social, contribuindo com suas soluções para criar um impacto duradouro no setor”, diz Amaro Netto, gerente de canais e líder do projeto na Epson do Brasil.
Sheila Censi Braun, diretora de Mercado da Censi Máquinas, conta que há cerca de dois anos, de uma conversa com Evelin Wanke, diretora de Vendas da Epson, o projeto começou a ser gestado. Falava-se justamente desse grande gap de mão de obra qualificada em Santa Catarina, que tem um enorme potencial têxtil.
“Sempre muito atenta à realidade das regiões em que atua, a Evelin percebeu essa demanda e, com seus propósitos e seus compromissos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), procurou-me, em nome da Censi, para entendermos como poderíamos desenvolver um trabalho que cumprisse com essa necessidade de mão de obra do setor têxtil local com o projeto social deles”, destaca Sheila.
Segundo ela, a ideia sempre foi oferecer uma iniciativa que impulsionasse o diálogo e o desenvolvimento do setor, e que fosse viável e replicável, com um propósito claro: transformar e desenvolver pessoas, preparando-as para os desafios e as oportunidades do futuro da moda.
“Após conversas com muitas pessoas, o Instituto Focus Têxtil apresentou sua metodologia – que busca fomentar a sustentabilidade na cadeia da moda e já executa iniciativas de capacitação de mão de obra, algo que se encaixava com aquilo que pretendíamos – e, assim, tornamos o projeto palpável. Com base em um estudo de mercado, entendemos que o projeto é capaz de atender 2.100 vagas de capacitação. A Epson, viabilizadora do projeto, abraçou as 200 primeiras oportunidades e agora estamos atrás de novos parceiros que queiram auxiliar para dar perenidade ao Studio Moda em Prática. Mas o projeto é amplo; por isso, estamos chamando as empresas para participarem conosco, tanto como apoiadores quanto para absorver a mão de obra. Quanto maior esse movimento, mais profissionais poderemos atingir e melhor deverá ser o cenário de mão de obra qualificada do setor têxtil em Santa Catarina”, completa Sheila.
Amaro Netto conta que embora ainda não tenham formalizado parcerias específicas para a absorção imediata da mão de obra capacitada, acreditam que o sucesso do projeto atrairá um número crescente de empresários. “Nossa intenção é que o projeto também funcione como uma plataforma de engajamento para que as empresas possam tanto apoiar financeiramente a iniciativa, por meio de patrocínios e incentivos fiscais, quanto contratar os profissionais formados. Acreditamos que, ao longo do desenvolvimento do projeto, o interesse do mercado será um fator decisivo para a ampliação do programa.”
UNIÃO DE FORÇAS E EXPERTISES
Cada elo do Studio Moda em Prática é essencial para seu funcionamento: enquanto a Censi, com sede em Gaspar (SC), com seu conhecimento do mercado têxtil, ajudou a moldar o projeto de forma prática, garantindo que ele atendesse diretamente às demandas da indústria local, a Epson entrou com sua expertise tecnológica e a visão de como suas soluções podem ser aplicadas para transformar o setor. Já o Instituto Focus Têxtil ajudou a desenvolver uma metodologia educacional focada na sustentabilidade e na inovação na cadeia têxtil, e a Welttec disponibilizou as máquinas de costura.
“A parceria é um reflexo do compromisso de ambas as empresas em não só suprir a necessidade de qualificação no setor, mas também em garantir que o mercado se torne mais eficiente e preparado para os desafios futuros, com uma força de trabalho bem treinada e alinhada às novas práticas sustentáveis”, destaca Netto.
O PROJETO – NA PRÁTICA
Desde o dia de seu lançamento oficial, o Studio Moda em Prática já ligou as máquinas e colocou seus alunos para aprender. Neste momento, há duas turmas com 20 costureiras cada uma, que terão 60 horas/aula de formação social em corte e costura básicos, moda circular, upcycling e design com resíduos têxteis. No time de mentores, ninguém menos que o designer e consultor Walter Rodrigues, e a também designer Agustina Comas, referência nacional em upcycling industrial na moda.
As aulas estão sendo ministradas no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) – Campus Gaspar, no período da tarde, com o respaldo dos professores que compõem o quadro dos cursos técnicos da entidade de ensino.
Nessa estreia, o projeto oferece 200 vagas, sendo 40 inaugurais, para costureiras, mais 160 que serão disponibilizadas ao término de cada turma, abrangendo, além de Gaspar, as cidades de Blumenau, Brusque e Jaraguá do Sul, polos têxteis e de confecção de alta produção. Segundo Netto, da Epson, o projeto tem o objetivo de formar mais de 2 mil pessoas em Santa Catarina. “Para o sucesso dessa iniciativa, o envolvimento das empresas é muito importante, seja por patrocínio, seja com o suporte aos profissionais após a conclusão da capacitação”, ressalta.
“O bacana é que a estrutura do projeto foi desenvolvida para que ele se adapte conforme a demanda da empresa apoiadora”, diz a diretora da Censi. “Nessas turmas iniciais, a Epson é a apoiadora e, por isso, segundo um estudo de campo – e considerando o selo de Capital Nacional da Moda Infantil –, as capacitações estão ocorrendo em Gaspar, onde foi feita uma parceria do Instituto Focus com o IFSC. E assim deverá ser nas outras turmas, tanto é que há, inclusive, a possibilidade de levar o Studio Moda em Prática para atender à demanda dentro de empresas, se for o caso.”
IMPACTO SOCIOAMBIENTAL
Para além da necessidade de colaboradores qualificados, o que é fato, o pilar ESG vem se consolidando nas empresas, pesando na tomada de decisões e investimentos – internos e externos. Assim, o Studio Moda em Prática entra como um importante fortalecedor nos aspectos social, com a geração de empregos de qualidade, e ambiental, promovendo e introjetando as práticas sustentáveis de produção, reaproveitamento de resíduos têxteis e consciência ambiental.
“Nós, empresários do setor, somos responsáveis pela cadeia que precisa ser sustentada. Então, esse projeto é também uma iniciativa social, de dar vez para que profissionais da área possam se capacitar, além de fomentar a entrada dessa mão de obra qualificada no mercado. Na Censi entendemos que é nosso papel colaborar com ações práticas que proporcionem avanços ao setor têxtil”, declara Sheila.
“Para a Epson, iniciativas como o Studio Moda em Prática estão diretamente alinhadas com os nossos valores de inovação, sustentabilidade e responsabilidade social. Acreditamos que a tecnologia deve ser uma força propulsora para o desenvolvimento econômico e social, e vemos esse projeto como uma oportunidade de criar um impacto positivo tanto no setor têxtil quanto na vida dos profissionais envolvidos”, reforça Netto. “O compromisso da Epson é com o crescimento sustentável e a capacitação de novas gerações de trabalhadores, e projetos como este nos permitem colocar em prática nossa missão de cocriar soluções que não apenas atendam às demandas imediatas da indústria, mas também contribuam para a transformação da sociedade como um todo, fortalecendo um dos setores mais importantes da economia catarinense e nacional.”